“Os irmãos Batista, da JBS, foram presos e são investigados por um monte de rolos com gente ligada ao governo ou ao mundo da política em geral. Por que gente de tanta empresa diferente, mesmo de carne, é tão envolvida com o governo? É uma história que vem de longe no Brasil. No caso das indústrias, pelo menos desde os anos 1940.
Estar envolvida ou se relacionar com o governo não significa necessariamente que a relação precisa der rolo, suborno ou crime. Mas estar perto do governo facilita a tentação de comprar amigos para fazer grandes negócios.
Neste século, muito negócio grande foi feito entre governo, o Estado, e empresas, principalmente na área do petróleo, onde apareceu o grosso da corrupção graúda e mais podre. Outra grande ponte entre governo e empresa eram os empréstimos do BNDES.
O BNDES é uma bancão estatal, um dos maiores do mundo na área de empréstimos de prazo comprido, em condições especiais, para facilitar o investimento das empresas em novos negócios e obras.
Por causa do BNDES, muita empresa quis ficar amiguinha do governo. O banco entrou como sócio em várias empresas. Emprestou dinheiro barato para financiar a fusão e compra de empresas. O governo enfim financiava a criação de megaempresas nacionais.
Uma dessas megaempresas foi a JBS, o frigorífico dos irmãos Batista. Mas nos anos Lula e Dilma o governo acabou facilitando a criação de muita grande empresa em várias áreas.
O governo emprestou dinheiro baratinho para empresas de áreas como papel e celulose, carnes, teles, softwares, para dar apenas alguns exemplos.
Das 50 maiores companhias do país, o Estado é sócio ou dono de pelo menos 22. Mesmo privatizando empresas, o Estado ficou com um pedacinho delas, para ajudar o negócio ou ajudar uns amigos de quem está no governo. Mesmo nas privatizações dos anos FHC, o governo ficou com pedações de empresas, de teles ou de energia elétrica.
Muitas dessas amizades acabaram em promiscuidade. Na verdade, muitas acabaram em safadeza grossa mesmo. O caso dos irmãos Batista e dos Odebrecht são apenas os maiores e mais podres.”