Sabe aquele seu dinheiro do FGTS, do Fundo Garantia, que as pessoas podem sacar em caso de demissão, com aquela multa de 40%? Então. Pode não ser mais assim. O governo está em uma pindaíba tão desesperadora que pensa em mudar as regras do saque do Fundo para poupar um dinheiro. Para pagar menos seguro-desemprego. Isso vai causar revolta feia, em um ambiente que já está pesado. A coisa está sendo chamada de confisco. Qual é a ideia?
Em caso de demissão, o trabalhador receberia apenas parte do Fundo, a princípio. Receberia três parcelas, uma por mês, no valor do salário que acabou de perder. Enquanto isso, não poderia pedir o seguro-desemprego. O governo deixaria de gastar esse dinheiro.
Caso o trabalhador não arrume emprego depois de três meses, pode pedir o seguro-desemprego e receber o resto do Fundo, se tiver resto.
Caso o trabalhador arrume emprego antes dos três meses, pode receber também o resto do Fundo.
Ou seja, o governo não quer ficar com o dinheiro do FGTS, que no final das contas é do trabalhador. Mas quer dar um jeito de evitar o pagamento de seguro-desemprego.
Isso já está certo? Não. O jornal “O Globo” deu a notícia de que o governo estuda a medida. Hoje, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles confirmou que está pensando no assunto.
Atualmente, o governo federal gasta mais de R$ 35 bilhões por ano com seguro-desemprego, mais que a despesa com o Bolsa Família, por exemplo.
O governo vai conseguir poupar muita coisa, assim? Os estudos ainda não estão prontos, mas o desespero é grande, por qualquer trocado.
Faz quase quatro anos, o governo está na pindaíba, gastando mais do que arrecada. A receita de impostos caiu violentamente em 2015 e 2016.
Neste ano, mal se recupera, porque a economia mal se recupera. O dinheiro que entra é de recursos extraordinários, que não se repetem a cada ano.
Se o governo não conseguir reduzir o déficit, corre o risco de ter de pagar juros mais caros para financiar o buraco, o que afeta a economia inteira. Se não conseguir arrumar o dinheiro extra, vai partir para o aumento de imposto.
A coisa está tão feia que o governo está apelando para essa medida que deve causar revolta nos trabalhadores, pelo menos os que tem carteira assinada, que contam com a ajudazinha do FGTS.