Vinicius Torres Freire/Pessoal da grana grossa faz a festa

Por 15 de setembro de 2017Jornal da Gazeta

O pessoal do mercado financeiro está feliz feito pinto no lixo. Aliás, isso nem é figura de linguagem, modo de dizer: a podridão continua a jorrar em Brasília, Michel Temer e seus ministros estão cada vez mais enrolados e o pessoal do dinheiro grosso nem liga.
O que está acontecendo? O pessoal do dinheiro acha que está tudo bem? Tanto faz. O que importa é que nada deve mudar na política tão cedo. Interessa é que a economia brasileira tem ignorado as novas notícias de podridão. Enfim, o mercado financeiro mundial está uma calmaria, o que ajuda o Brasil. Sobra tanto dinheiro no mundo que algum vem para cá, mesmo nesta bagunça.
Quando apareceu o grampo de Joesley Batista em Temer, lá em maio, parecia que o mundo iria desabar. O dólar teve a maior alta em décadas, a Bolsa desabou, as taxas de juros dispararam.
Muito pior que isso, se imaginava que mesmo a mínima recuperação da economia brasileira iria para o vinagre.
Passou um mês do caso do grampo e a gente viu que a economia não estava sendo afetada pelo rolo de Temer.
Passou mais um tempo, o pessoal do mercado financeiro se acalmou também. Ficou ainda mais calmo quando viu que Temer não iria cair. Ou, se caísse, que a política econômica iria continuar a mesma.
Agora, pelo menos por enquanto, acontece um repeteco. Temer mostrou que tem capacidade de adquirir apoios no Congresso, vamos dizer assim. Dificilmente vai ser decapitado, mesmo com uma nova denúncia contra ele, acusado de organização criminosa, outro nome de formação de quadrilha.
Com ou sem Temer, a política econômica vai ser a mesma até o próximo governo. Temer mais fraco não deve conseguir aprovar novas reformas grandes, como a da Previdência. Mas isso já estava no preço, o pessoal do dinheiro já sabia.
É certo que não vai acontecer nada com Temer ou que não vai aparecer nenhum escândalo maior e mortal? Claro que não. Mas o pessoal da grana grossa acha que, tão cedo, nada vai mudar no que interessa para eles. Com a economia começando a crescer um pouquinho e com a ajuda do mercado mundial, o pessoal faz a festa, mesmo no meio deste lixão político que virou o Brasil.