Na semana passada, o governo apareceu com a ideia de impedir que o trabalhador sacasse o FGTS na íntegra, assim que fosse demitido. Seria um jeito de reduzir os gastos com seguro-desemprego.
A ideia era tão desembestada e impopular que foi para o lixo. Mas o governo apenas estava cozinhando essa ideia porque está na pindaíba. Então, começaram a surgir mais ideias de como tapar o rombo.
Agora, voltou o rumor de que o governo vai aumentar o chamado imposto sobre a gasolina, a Cide. Ainda não está nada certo. Mas, para fazer alguma diferença no caixa do governo, é preciso aumentar o litro da gasolina em uns 15 centavos. Para um tanque cheio, dá um aumento de despesa de 7 reais. Não é grande coisa, mas é alguma coisa. Gastando uns dois tanques por mês, dá mais de 150 por ano.
O fato é que o governo viu que a economia no máximo vai crescer quase nada neste ano e a receita de impostos deve crescer menos que esse nada. Logo, precisa de dinheiro extra. Exemplo de que a coisa está feia é que o governo ficou sem dinheiro até para fazer passaportes. Desde ontem, a Polícia Federal suspendeu a emissão do documento. Os policiais se queixam de que falta dinheiro até para operações que envolvam viagens, por exemplo.
A receita do governo não reage em parte porque a economia tinha parado de piorar, até maio, mas mal cresce. Tem muita coisa que ainda cai, aliás.
Hoje, saíram os dados do mercado de crédito, de empréstimos. O total de dinheiro emprestado na economia ainda cai mais de 6% em relação ao ano passado. São 200 bilhões de empréstimos a menos. Para a pessoa física, o total de dinheiro emprestado parou de diminuir, mas para as empresas, o arrocho ainda é enorme.
Para piorar, os juros estão altos. Tanto que, mesmo pagando dívida, o gasto das famílias com prestações dessa dívida não cai. Baixou um pouco no ano passado, mas ficou estagnado neste 2017.
Estão aí dois grandes motivos da crise: déficit e dívida do governo, dívida pesada das famílias. Nunca antes o Brasil teve uma recessão com tanta dívida. Difícil sair daí.