O que será que a maioria do povo acha quando ouve Michel Temer dizer que vamos ter um “belíssimo Natal”, com a economia e comércio melhorando?
Não acha graça. Ao contrário. Tanto que um inimigo da política econômica de Temer, Lula, sobe mais nas pesquisas.
Segundo o Datafolha, para 60% dos brasileiros, a economia piorou nos últimos meses. São três de cada cinco brasileiros.
Mas Temer diz apenas absurdos? Não. Dá para dizer que as coisas melhoraram, mesmo ainda estando quase tudo um horror, é óbvio.
Neste ano, as vendas no comércio de varejo devem crescer 2,5%. Mas caíram mais de 10% na soma de 2015 e 2016. Sim, as vendas começaram muito mal o ano, estão melhorando um cadinho mais rápido neste finalzinho. Ainda assim, estamos longe de sairmos do buraco.
O resultado disso tudo se vê nas pesquisas eleitorais. Dez meses antes da eleição, pesquisa não quer dizer grande coisa sobre o resultado final. Mas diz algo sobre como estão os ânimos das pessoas.
Vejam a pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria: 84% das pessoas desaprovam o que Temer faz contra o desemprego. As pessoas estão fulas da vida. Não gostam do governo, de suas reformas, de nada.
Lula é o único dos candidatos principais que vê sua aprovação aumentar. Faz campanha batendo em Temer. Diz que vai convocar uma votação popular para saber se o eleitorado quer derrubar as reformas de Temer.
Goste-se ou não das reformas, várias são necessárias. Goste-se ou não delas, se um candidato com chance de ganhar a eleição disser que pode derrubar as reformas, pode haver tumulto financeiro no país, o que tira força da recuperação econômica que já é minúscula.
A situação econômica vai melhorar mais no ano que vem. O povo pode ficar menos revoltado. Talvez. Mas quem não gosta de Lula, tem um problema sério: até agora, Lula é o candidato que diz mais coisas com apelo popular e entende a revolta. Mais ninguém está sabendo conversar com as dores da maioria do eleitorado, que, maioria, para quem essa Natal não é nada belíssimo na economia.