O preço do gás de botijão vai aumentar de novo no domingo, como a gente acabou de ver. Daqui para o ano que vem, as perspectivas para o preço da energia não são boas. Gás, gasolina, eletricidade devem continuar a subir.
Nem todo o reajuste da Petrobras acaba no preço final, é verdade. Até o final do mês passado, o aumento do preço para o consumidor tinha sido de mais de 15%, bem menos que o reajuste da Petrobras, mas 6 vezes maior que o da média da inflação.
Mas, para os mais pobres, faz diferença. Na média, o botijão já custa uns R$ 65, embora existam variações de preço chocantes mesmo na cidade de São Paulo.
O que está acontecendo? Como a gente já comentou aqui, a Petrobras mudou sua política de preços para combustíveis, mudança que chegou agora também no gás de cozinha.
Quer dizer, o preço varia de acordo com a cotação do produto no mercado internacional e com o preço do dólar, claro. Por quê? Por que a Petrobras não quer ter prejuízo vendendo combustível abaixo do preço mundial, nem quer perder mercado, vendendo caro quando o preço mundial cai.
Vai ser assim, de agora em diante para gás de cozinha, gasolina, diesel, tudo.
Por que o preço sobe agora? Porque começa o inverno no hemisfério norte. Com mais frio, mais consumo de gás, preço mais alto. O dólar também está subindo.
No caso da eletricidade, o problema é a seca no país. Os lagos das hidrelétricas estão no nível mais baixo desde o ano 2000. Para não esvaziarem mais, produzem menos energia, que é substituída pela eletricidade das termelétricas, uns geradores monstros movidos a gás, carvão ou óleo. A energia das termelétricas é muito mais cara. Parte dessa conta já foi repassada pra gente, pela bandeira vermelha. Mas parte do reajuste ainda vem no ano que vem. Se não chover bem, a conta vai ficar ainda mais salgada.
A perspectiva é de reajustes maiores no ano que vem para a energia. No mínimo, o preço não deve cair.