O piso da taxa de juros no Brasil voltou ao nível mais baixo desde junho de 2013, quando nossa confusão política começou. Estamos falando aqui da taxa de juros de negócios entre bancos. Para o consumidor, os juros começaram a cair, mas ainda não chegaram ao nível de 2013.
Vão chegar? O crediário vai ficar mais barato? É nisso que acreditam os economistas para dizer que em 2018 a recuperação da economia vai ser para valer. Isto é, uma recuperação econômica que seja sentida no dia a dia da maioria das pessoas.
Os economistas costumam comparar o efeito dos juros na economia com o de uma torneira de água quente. Quando você abre, vem água fria. Até esquentar, demora. Se abrir demais a torneira, pode até queimar a pele.
Os economistas dizem que a água está esquentando agora. Que o crédito nos bancos vai ficar mais barato e menos difícil a partir do final do ano. Indicam que os juros para comprar imóveis já baixaram bem, voltaram ao normal, assim como ficou mais barato o financiamento de carros.
Isso tem de dar certo. No ano que vem, não vai ter uma baixa da inflação para ajudar. Não quer dizer que a inflação vai subir de modo importante. Talvez suba de 3% neste ano para 4% em 2018.
De qualquer modo, em 2018 não vai acontecer o mesmo efeito da queda dos preços da comida, do ano passado para cá. Com gasto menor em supermercado, o poder de compra de outras coisas aumentou. Isso ajudou um tantinho a economia sair do chão.
Outra forcinha que ajudou a economia sair do fundo do buraco foi a liberação do dinheiro das contas paradas do FGTS. Em 2018, também não vai ter isso.
Em 2018 também não vai ter dinheiro do governo em obras. A penúria no governo vai ser ainda pior.
Logo, o que sobra para ajudar? Primeiro, estão aparecendo alguns empregos, enfim. São empregos piores, que pagam menos. Mas a maré começou a virar. Segundo, tem o efeito possível das taxas de juros mais baixas, que deve chegar ao consumidor comum.
Dependemos disso para ter um 2018 mais normalzinho, depois de quatro anos de horrores.