Qual o efeito dessa confusão todo no mercado financeiro e do dólar nas alturas? Sobre a economia em geral, a gente ainda tem de esperar para ver. Para o dia a dia, a gente pode especular de modo mais preciso. O que pode subir, na verdade já está subindo?
Gasolina e diesel, por exemplo. Os combustíveis sobem porque o dólar ficou mais caro e a cotação desses produtos é internacional. Mas o preço em dólar do petróleo também vem subindo rápido.
A chiadeira contra o preço dos combustíveis é geral.
As empresas de ônibus, por exemplo, querem ajuda do governo, pois dizem que a passagem é tabelada e o diesel não para de subir. Como não deve sair ajuda, vai haver pressão por reajuste de passagem.
O ministro Moreira Franco, de Minas e Energia, disse que o governo vai tentar mexer no preço dos combustíveis. A gente só não sabe como. Baixar imposto está difícil, porque o governo está quebrado. Tentar intervir no preço da Petrobras vai dar rolo, até porque este governo criticou as intervenções de Dilma Rousseff.
Onde mais o dólar pode pegar?
No preço de pão, massas, de tudo o que é feito com trigo. O Brasil importa metade do trigo que consome. Mas o problemão agora é que a safra da Argentina, de quem a gente compra trigo, foi um desastre. Temos de comprar dos Estados Unidos e Canadá. Mas o trigo de lá é mais caro, por causa do transporte e do imposto de importação.
Mas nem só produto importado ou feito com matéria prima importada pode ficar mais caro, como eletrônicos, remédios, químicos. O Brasil vende muita soja, carne e comida em geral. Mas o preço desses produtos tem cotação no mercado internacional, em dólar. Mesmo não sendo importado, pode subir.
Enfim, a gente não sabe se, quando e como essa alta do dólar vai chegar ao consumidor, nos preços.
Isso depende de quanto tempo o dólar vai ficar caro, o que ainda não sabemos.
Além disso, a economia está fraca. Quando as empresas não vendem, ficam com dificuldade de repassar aumento de custo, de aumentar preço.
Quando vamos saber se vai vir aumento? Em um mês.