Vinicius Torres Freire/Os reflexos para o país após anúncio de novos planos para a economia

Por 21 de fevereiro de 2018Jornal da Gazeta

Está um sururu na praça dos Três Poderes. Por causa de ambições eleitorais, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, bate em Michel Temer e no ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Todos candidatos a candidatos a presidente da República.
Hoje, teve novo lance da briguinha, que pode causar algum dano às mudanças na economia. Maia dedou Temer. Disse que, em segredo, o presidente disse que gostaria de aumentar impostos para financiar a segurança. Isto é, Maia quis queimar o filme de Temer com essa história de mais imposto.
O que está havendo?
Temer roubou o brinquedo mais bonito da campanha eleitoral de Rodrigo Maia. Se fosse candidato a presidente ou padrinho de candidato, Maia pretendia mostrar que aprovou leis para melhorar a segurança pública.
Com a intervenção no Rio, Temer levou a bola de Maia, que não gostou nada da história.
E daí? O que isso tem a ver com economia?
Algumas coisas.
A reforma da Previdência era o principal ponto do programa econômico de Temer. Foi para o vinagre. Para colocar algo no lugar, Temer disse que tinha “um plano B” para a economia. Na verdade, esse plano é um monte de projetos de leis velhos, embora importantes, que estão mofando no Congresso.
Maia disse que não leu nem vai ler o plano de reformas de Temer, o plano B para a economia. Disse que ele e o Congresso foram desrespeitados pelo presidente, que estaria querendo dizer o que os deputados e senadores devem fazer.
Logo, vai ficar mais difícil aprovar esses projetos, como a privatização da Eletrobras, a volta da cobrança de contribuição patronal para o INSS pelo modelo antigo e a mudança na cobrança do PIS/Cofins e mais uma dúzia de projetos importantes.
Essa briga não vem de hoje. No final do ano passado, Maia andou se estranhando feio com Meirelles, ministro da Fazenda. Trocaram caneladas em público sobre assuntos como mudança na lei do limite de endividamento do governo e sobre a culpa da má reputação do crédito do governo do Brasil.
Temer, Meirelles e Maia não passam de 1% nas pesquisas eleitorais para presidente. Nem sabem se vão conseguir ser candidatos. Mas a fogueira das vaidades políticas ameaça enrolar a votação de projetos econômicos importantes.