
Desempregado é aquela pessoa que procura trabalho, mas não acha nenhum. Hoje, são mais ou menos 12% da população. Um trabalhador em cada oito está desempregado. Mas a tragédia no mercado de trabalho vai bem além disso. Somados, o desemprego, subemprego ou gente em casa por falta de esperança de conseguir um trabalho são mais de 23% dos trabalhadores. Quer dizer, 1 trabalhador em cada 4 está sem emprego ou em uma situação precária ou desesperançada.
Tem gente só consegue trabalho em tempo parcial, mas queria trabalhar mais e não consegue. Outros perderam o ânimo, são os desalentados. São muito jovens ou idosos, não têm experiência, procuram emprego, não conseguem e acabam desistindo, pelo menos por um tempo.
É anormal ter gente em subemprego ou desalentada? Não. Mesmo quando o desemprego chegou ao nível mais baixo na década ou mesmo em décadas, havia muita subocupação da mão de obra.
Foi no final de 2012. A taxa de desemprego era de cerca de 6%, metade da taxa de agora. Mas, somados os subocupados, a taxa dobrava.
Obviamente, com desemprego maior, a subocupação piorou, quase na mesma proporção.
Essa precariedade do emprego é um dos motivos que ajuda a explicar a fúria da população com o governo federal, com o presidente, talvez com todos os governantes.
Um em cada quatro trabalhadores está desempregado ou subocupado ou desesperançado. Essas pessoas têm parentes e amigos, que sofrem direta ou indiretamente com essa situação. Isto é sofrem com a falta de renda ou percebem que a situação ainda é difícil e ficam com medo de também ficar na rua.
O que é pior, a situação do emprego é a última a melhorar quando a economia se recupera. A produção volta, a economia cresce um pouco mais, como acontece agora, mas só mais tarde as empresas voltam a contratar. Logo, o mau humor do povo deve continuar e deve ficar visível na eleição de outubro.