Vinicius Torres Freire/Continuamos na saída da crise

Por 9 de fevereiro de 2018Jornal da Gazeta

Hoje o bafafá nos mercados financeiros do mundo completou uma semana. O dólar chegou a 3 reais e 30 centavos, mas ainda em um nível em que estava em dezembro do ano passado, quando não estava acontecendo nada.
A Bolsa daqui caiu, mas menos que as americanas. No mercado de dinheiro, as taxas de juros quase não se mexeram.
Os analistas da economia, os que trabalham em grandes bancos, não estão ligando muito também. Alguns reduziram as projeções para a inflação do ano, como o pessoal do Itaú.
Alguns, até aumentaram a previsão de crescimento da economia neste 2018, que deve ser de 3%, muito maior que o 1% do ano passado.
Quer dizer que vai ficar tudo calmo? Não dá para saber. Essa bagunça nos Estados Unidos já dura uma semana, o que não acontecia faz alguns anos. Até agora, não houve uma grande quebra de empresa financeira.
Como disse um alto dirigente do Banco Central americano, por enquanto a queda da Bolsa é “small potatoes”, batatinhas, um jeito de os americanos dizerem “café pequeno” ou “fichinha”.
No entanto, se durar muito mais tempo, isso vai dar problema. Queda grande da Bolsa empobrece muita gente nos Estados Unidos.
Por aqui, continuamos na saída da crise. A inflação de janeiro foi bem menor do que a prevista, mesmo com as altas constantes do preço da gasolina e do gás _é porque outros preços estão caindo.
O comércio voltou a crescer no ano passado. As vendas no varejo não subiam desde 2014, o ano da última Copa, de triste memória.
Mesmo com o Brasil na pindaíba em que está, com governo quebrado, a bagunça lá fora não bateu aqui. Nossos problemas ainda são domésticos. Isto é, quando vai cair o desemprego, se vai ter reforma da Previdência, se um presidente muito maluco vai ganhar a eleição.
Mas a bagunça lá fora é um lembrete. Crises financeiras mundiais acontecem. Quando acontecem, dólar, inflação e juros sobem por aqui. Como estamos com água pelo nariz, qualquer marolinha nos afoga.