Se me perguntarem o que há de novo na diplomacia mundial, eu responderia que é o isolamento dos Estados Unidos. Vejamos o Oriente Médio, onde Donald Trump está perdendo de sete a um para Vladimir Putin. O presidente russo esteve na Síria e deve visitar a Turquia. Também foi recentemente ao Egito. Ele é visto no mundo muçulmano como um parceiro confiável. Enquanto isso, Trump se enroscou ao decidir, na semana passada, a mudança para a cidade de Jerusalém da embaixada americana em Israel. Vejamos na Europa, onde a chanceler alemã, Angela Merkel, está costurando com dificuldade uma nova coalizão de governo. Quem ganha espaço entre os europeus é o presidente da França, Emmanuel Macron. Ele está recebendo hoje, em Paris, delegações dos 195 países que assinaram há dois anos o Acordo do Clima. Custa muito caro a meta de não permitir que a temperatura global suba acima de dois graus centígrados. E é o financiamento desses programas que Macron pautou para a conferência de hoje. Os Estados Unidos se retiraram do Acordo de Paris. São o único país a fazer essa bobagem. Estavam acompanhados de El Salvador e da Síria. Mas esses dois não quiseram ficar em má companhia, e acabaram assinando o texto. Trump está meio queimado até com a primeira-ministra britânica, Theresa May. Lembrem que ele compartilhou vídeos de um grupo inglês de extrema direita. O Reino Unido é um aliado incondicional dos americanos. Até com os britânicos Donald Trump conseguiu brigar. A questão não é sobre a loucura ou a incompetência diplomática do presidente americano. É algo muito mais sério. Os Estados Unidos são hoje a única superpotência econômica e militar. Precisam ter diálogo com a comunidade internacional, para resolver as crises pendentes e aquelas que poderão aparecer. Mas Donald Trump está isolado. E aparenta estar feliz. Exatamente como os retardados, que não têm a mínima ideia sobre os desastres que podem provocar pelo caminho. É assim que o mundo gira. Boa noite.
