Uma péssima notícia para a Venezuela. A agência de risco Standard & Poor´s acredita que a ditadura bolivariana não tem como pagar sua dívida externa. O calote foi pequenininho, apenas 200 milhões de dólares. Fora os 261 milhões de dólares do calote no Brasil. Mas é quase nada, para o país que tem a maior reserva de petróleo do mundo. A notícia coincidiu com uma reunião, ontem em Caracas, com mais de 400 instituições com papeis da dívida venezuelana. Elas queriam saber se a ditadura tinha alguma proposta de pagamento. A dívida total é de 150 bilhões de dólares. Mas a única coisa que o ditador Nicolas Maduro fez, na reunião, foi um discurso embolorado contra o imperialismo americano. Dinheiro que é bom, nada. Isso é grave. Significa que o país não tem mais dólares para importar alimentos. Até agora, essa importação era feita por oficiais do exército, que dividiam entre eles os produtos do mercado, e se empanturravam de dinheiro. Mas essa fonte também pode secar. A situação é grave, porque o governo de Donald Trump, congelou uma parte dos ativos venezuelanos depositados nos bancos americanos. E nesse rolo estão os depósitos da empresa estatal de petróleo. Que também foi quebrada pela incompetência da ditadura. A Opep, que é o cartel dos produtores de petróleo, anunciou que, em outubro, a Venezuela produziu a quantia mais baixa dos últimos 30 anos. Só tem notícia ruim. E isso permite até avançar uma hipótese. Não é pela política que a ditadura pode perder definitivamente o fôlego. Maduro já aprendeu como manter amarrada a oposição, e ela não vai conseguir nada com eleições. A ditadura tende a ser sufocada pela situação econômica. Com a queda do PIB em um terço em quatro anos, com a inflação em 700 por cento, e com a fome se espalhando, a Venezuela assiste agora o fechamento da torneira dos dólares. E nem a China está disposta desta vez a ajudar. Ela também corre o risco de levar o cano em seus empréstimos de curto prazo. É assim que o mundo gira. Boa noite.
