O Prêmio Nobel da Paz foi desta vez muitíssimo merecido. A campanha internacional pela abolição de armas nucleares, não é uma única entidade. Ela abriga organizações não-governamentais de uma centena de países, e que trabalham pela supressão dos arsenais nucleares. É uma espécie de guarda-chuva de grupos de ativistas, como aquele que foi criado para a supressão de minas terrestres. E que tem sido um sucesso internacional. A Ican, sigla em inglês dessa associação com sede em Genebra, na Suíça, está por trás de um movimento que cresce dentro das Nações Unidas. Em julho último, um tratado para a destruição dessas armas foi apoiado por 122 países, e já foi assinado por 53. A ONU tem 193 países-membros. Ainda falta a adesão de um monte deles. E, por enquanto, nenhum dos oito países com armas atômicas aderiu ao tratado. Aliás, já existe dentro da ONU um tratado de não-proliferação nuclear. Mas ele não diz nada sobre os arsenais já existentes. Procura apenas impedir que novos países entrem no clube. Os oito países que têm a bomba são Rússia, Estados Unidos, França, Reino Unido, China, Paquistão, Índia e Coreia do Norte. Israel também tem 80 ogivas, mas nunca admitiu isso publicamente. São no total 14 mil e 900 bombas. Os russos têm 7 mil. Os americanos têm 6 mil e 800. A Ican está preocupada, porque as duas principais potências, justamente a Rússia e Estados Unidos, têm planos para modernizar suas ogivas. Claro que estamos vivendo um período de tensões, por causa da Coreia do Norte. Mas nenhum especialista acredita que ela cumpriria a ameaça, de explodir uma bomba atômica nos Estados Unidos, ou em território de aliados americanos. E tem também o troglodita do Donald Trump, que já ameaçou “destruir totalmente” os norte-coreanos. E no falar nisso, a diretora-executiva da Ican, Beatrice Fihn, há algumas semanas qualificou Trump de “idiota”. É assim que o mundo gira. Boa noite.