O que aconteceu agora à tarde, em Barcelona, não foi apenas o discurso de Carles Puigdemont, esse rapaz que já foi o presidente da comunidade autônoma da Catalunha. Também importantíssimo o discurso da líder da oposição, do partido cidadãos. É uma mulher invejável, chamada Inés Arrimadas. O que ela disse é que todos acabavam de testemunhar um golpe. Um golpe de estado contra a Espanha e contra a União Europeia. O Nacionalismo constrói muros, disse ela. O nacionalismo catalão vai na contramão da história. Carles Puigdemont deu o grito de independência, mas foi um gritinho pequeno. Porque a declaração está suspensa. Ele quer negociar com Madrid a separação definitiva. Mas a Espanha não aceita e não pode aceitar esse gesto maluco e aventureiro. Precisa aplicar o artigo 155 da constituição, que prevê a destituição do governo rebelde da catalunha. Além do mais, os separatistas são minoria. Eles tiveram maioria dos votos no plebiscito de domingo. Mas só 40 por cento dos eleitores votaram. E anteontem, 350 mil pessoas saíram às ruas para defender a unidade espanhola. Aconteceu em Barcelona, a capital catalã. Era muita gente. A França, que faz fronteira com a Catalunha, já avisou que nunca vai reconhecer os separatistas. Dois bancos já tiraram suas sedes de Barcelona. O FMI avisou, hoje de manhã, que essa bagunça já está prejudicando toda a Europa. Nenhum partido político espanhol apoia os separatistas. Partidos de centro, de esquerda ou de direita. O escritor Vargas Ilosa, o Prêmio Nobel Peruano, mas que também tem a cidadania espanhola, disse que uma Catalunha independente jamais se transformaria numa nova Dinamarca. Ela vai se transformar numa nova Bósnia. pobre e com sangue nas mãos. E eu volto ao que disse a deputada Inés Arrimadas. A Espanha e a União Europeia constroem pontes.// os separatistas querem construir muros. E eu acrescento, muros como aquele sonhado, na fronteira do México, pelo presidente Donald Trump. É assim que o mundo gira. Boa noite.