Denise Campos de Toledo/Situação ajuda expansão do consumo

Por 19 de outubro de 2017Jornal da Gazeta

Quando a economia cresce, as coisas começam a entrar mais nos trilhos. Aumenta a geração de emprego, como mostraram, hoje, os números do Caged. Setembro foi o sexto mês de abertura de vagas. E cresce a geração de impostos, conforme os dados de arrecadação, também divulgados hoje, dando uma folguinha a mais na gestão das finanças públicas. Agora, essa retomada é gradual. Em agosto foram abertas 34,3 mil vagas formais. No ano, 208 mil. Só que o desemprego ainda atinge 13 milhões de brasileiros e caiu pra esse patamar muito mais pela abertura de vagas informais. Por outro lado, mesmo com o aumento de arrecadação decorrente da reação da atividade, os resultados ainda dependem muito de receitas extraordinárias, como o refis, que é o parcelamento das dívidas tributárias. E essa folguinha na gestão das finanças garante apenas o cumprimento da meta fiscal, que já teve de ser ampliada para 159 bilhões de reais. Um imenso saldo negativo. Mas, estamos superando a crise dos últimos anos. É bom até que tenham saído essa dados mais positivos de setembro – a arrecadação e a geração de emprego formal – porque afastam uma preocupação maior quanto á uma possível reversão da retomada, após vários dados negativos referentes a agosto, como a produção industrial, vendas do comércio, os serviços e até a prévia mensal do PIB, o IBC Br, do Banco Central. Fica mais claro que o tropeço teve relação com a liberação das contas inativas do Fundo de Garantia, que acabou em julho e vinha dando um impulso a mais na atividade. Parou a liberação, a economia perdeu um pouco o ritmo, mas sem interromper a recuperação. E agora o governo deu um jeito de garantir mais um gás, que é a liberação do PIS pra quem tem mais de 70 anos. Isso vai representar uma injeção de cerca de 16 bilhões de reais na economia. Bem menos que os 40 bilhões que vieram do Fundo de Garantia. Só que esse dinheiro vai entrar num momento em que outros fatores estão impulsionando mais a atividade. A inflação está baixa há mais tempo, os juros caíram mais, há uma oferta maior de crédito para os consumidores e a queda do desemprego. Tudo isso ajuda na expansão do consumo, que deve influenciar bastante o fechamento do ano. Papai Noel deve reclamar menos do Natal de 2017. E, se tudo der certo, o de 2018, já pós eleições, vai ser bem melhor. Eu volto na segunda. Até lá

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