Em meio à toda crise política, a economia vai ganhando fôlego. São vários sinais de continuidade de uma retomada gradual da atividade, com melhoria da condição para a população. Parece exagero, com o desemprego atingindo mais de 13 milhões de brasileiros, mas há uma maior geração de vagas. A taxa de desocupados caiu. Vamos a outros dados. O avanço do PIB do segundo trimestre foi pequeno, 0,2%, mas surpreendeu positivamente e levou a uma revisão, pra melhor, da projeção para o ano. A inflação de agosto, o IPCA de 0,19%, veio abaixo do esperado, levando também a uma revisão, pra baixo, da inflação anual. Essa perspectiva ajudou no novo corte da taxa básica, para 8,25% ao ano, decidido ontem pelo Comitê do Banco Central, colocando a SELIC no menor patamar desde 2013. Essa combinação leva à melhoria da condição da população que eu falei. Claro que muita gente ainda sente o aperto financeiro, o endividamento continua alto. Porém, é o consumo que está fazendo a economia crescer mais. A venda de veículos cresceu, comércio e serviços estão reagindo. Sinal que para uma parcela maior dos consumidores a situação está melhorando. Falta muita coisa pra consolidar esse processo. As contas públicas ainda estão bem ruins. Só que se a economia reage, a arrecadação também deve reagir, trazendo algum alívio. E, por mais que o quadro político esteja conturbado, sem entrar no mérito da mudança, houve uma virada mais a favor de Temer. Tudo bem que novas denúncias podem implicá-lo, mas ele não está no olho do furacão, o que pode ajudar no encaminhamento da agenda econômica. Já foram aprovadas as novas metas para as contas e a TLP, taxa que será cobrada nas linhas no BNDES, pode mudar a formação dos juros no País. Pode ser que consiga aprovar alguma coisa até em relação à Previdência e ainda tem o programa de privatizações. Para “a economia” as indicações são mais favoráveis. A politica, cada vez mais, parece caso de policia. Boa noite e até segunda.