O mercado já elevou a projeção de inflação deste ano, para 3,33%, considerando o impacto do aumento dos combustíveis. E pode nem ter embutido todo o impacto. Mas, mesmo com essa pressão, a inflação anual deve continuar bem abaixo do centro da meta, de 4,5%, o que dá toda condição de o Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, manter o mesmo ritmo de corte dos juros básicos da reunião, reduzindo a taxa básica em mais um ponto, para 9,25% ano ano, na desta semana. Sendo que a taxa pode fechar 2017 até abaixo dos 8% projetados no relatório Focus. O ritmo de retomada da atividade continua fraco. O mercado prevê uma expansão de apenas 0,34% este ano, chegando a 2% no ano que vem. Já o FMI, o Fundo Monetário Internacional, que divulgou projeções melhores para a economia global, espera avanço de apenas 0,3% do PIB brasileiro este ano. Para o próximo ano, o Fundo, que no relatório anterior projetava 1,8%, cortou para 1,3%, considerando as incertezas políticas, não só do atual cenário, mas também das eleições de 2018. Juros básicos menores não garantem crescimento maior, mas são necessários. A economia precisa desse reforço, ainda que o repasse para as taxas cobradas dos consumidores e das empresas demore um pouco, principalmente, pelo risco de inadimplência. Mas algum crescimento a mais da economia, por menor que seja, interfere até nesse problema do calote, além de colaborar para uma maior geração de impostos, ajudando nas contas públicas. A frustração de receita foi um dos fatores que levaram o governo a elevar a tributação sobre os combustíveis. E os juros básicos ainda pesam no endividamento público, que é outra preocupação no que se refere ao ajuste fiscal. Enfim, estão dadas as condições para cortes maiores da taxa básica, sem qualquer risco para a inflação. Eu volto na quinta. Até lá.