O governo ainda aposta na possibilidade de levar adiante a reforma da Previdência, imprescindível no ajuste das contas públicas, mas que parece cada vez mais improvável, principalmente, com a eventual nova denúncia contra o presidente Temer. Isso vai mobilizar os esforços, pra que seja rejeitada como a primeira, o que deve empurrar pra frente as discussões sobre a Reforma, que deve ir perdendo mais espaço quanto mais próximas estiverem as eleições do ano que vem. Embora seja preocupante, até porque o governo ainda não garantiu sequer as novas metas de rombo das contas públicas, o mercado tem melhorado as projeções para a economia, com base em outros dados. A previsão de avanço maior do PIB veio muito do PIB do segundo trimestre. Apesar de o avanço ter sido pequeno, 0,2%, se temia uma nova retração. E o avanço sustentado pelo consumo dá a idéia de uma retomada mais firme daqui pra 2018, já que a inflação mais baixa e o corte dos juros tendem a reforçar o poder de compra da população, assim como a leve reação do mercado de trabalho. É por esse cenário que o mercado espera que o Banco Central corte os juros básicos em mais um ponto, na reunião desta semana do Copom, e a taxa feche o ano em 7,25% ou um pouco menos, já que no horizonte deste e do próximo ano, a inflação deve continuar rodando abaixo do centro da meta. Se não acontecer nada de novo em relação ao ajuste fiscal, a torcida é pra que em 2018 seja eleito um presidente reformista. Mesmo sem condições de se fazer qualquer projeção mais segura quanto às eleições do próximo ano, a avaliação é que não há muita saída. Ou o futuro presidente tenta colocar as finanças em ordem ou todo o processo de retomada, com inflação sob controle, ficará comprometido. Claro que tem candidato a candidato pensando diferente. Mas diante da evolução melhor da economia, o mercado tem optado por uma leitura mais otimista das perspectivas.Vamos ver qual vai ser o recado do Banco Central, que virá junto com a nova taxa, e qual será a reação do próprio mercado diante de uma nova denúncia contra Temer ou de mais dificuldades na agenda econômica.