Na podridão do Sistema Político-Partidário-Empresarial, avassalador o impacto da Lava Jato.
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Mais do que os demais, o juiz Moro encarna a Lava Jato. Nesta segunda, 27, assistimos a uma confissão: “Não me arrependo de forma nenhuma…”.
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Moro disse isso sobre gravações e vazamento das conversas entre Lula e Dilma em 16 março de 2016.
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Um dia depois daqueles grampos e vazamento Moro reconheceu irregularidade nas gravações. Relatou:
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-Determinei a interrupção da interceptação às 11 hs 12…
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Mas seguiram gravando. Só uma hora e seis minutos depois, às 12 hs18, as operadoras foram avisadas pela Polícia Federal.
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Às 13 hs 32 foi feita a segunda gravação. Mais de duas horas depois do tempo legal determinado por Moro para interrupção.
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Disso, Moro se defendeu: “Como havia justa causa e autorização legal, não vislumbro maiores problemas…”.
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Ministros do Supremo Tribunal vislumbraram enorme problema. Marco Aurélio foi duríssimo e claro:
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-Isso é crime. Está na lei (…) Moro simplesmente deixou de lado a lei. Isso está escancarado.
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Teori Zavaski, então relator da Lava Jato, bateu:
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-Papel do juiz é o de resolver, não criar conflitos. Imparcialidade pressupõe discrição, prudência, serenidade (…) e não se deixar contaminar pelos holofotes.
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Treze dias depois das gravações e vazamento, o juiz se desculpou.
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Moro, que hoje diz não ter se arrependido “de forma nenhuma”, então pediu “respeitosas escusas” ao Supremo.
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Nesse caso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região julgou representação contra Moro. Por 13 a 1 decidiu a favor de Moro concluíndo:
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-A Lava Jato traz “problemas inéditos” e exige “soluções inéditas”.
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Esse mesmo TRF-4 julgará Lula na Segunda Instância. Confirmada a sentença de Moro, Lula ficará inelegível.
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Carlos Eduardo Thompson Flores preside o TRF-4. E ele já opinou. Disse que, embora “não conheça as provas”, a sentença de Moro foi “irretocável”.
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Nesta terça, 28, a Folha informou: “Tribunal que vai julgar Lula acelera trâmite de ações”.
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Isso não deveria ser a respeito apenas de Lula. Porque é muito maior. E deixar a lei de lado em nome da lei, teve, tem e terá consequências.