O general Hamilton Mourão anunciou “planejamentos” para “intervenção militar”. Motivos: “corrupção” e “crise”.
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A pimeira resposta oficial foi na Tv Globo. E isso “significa”. Na terça o comandante do Exército, general Villas Bôas, falou a Pedro Bial.
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Villas Bôas elogiou Mourão. E, em resumo, fez releitura particular do artigo 142 da Constituição. Que trata das Forças Armadas.
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Na sexta, 15, Villas Bôas reafirmou, em comunicado, o “compromisso com a democracia”.
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Na mesma sexta, Deborah Duprat, procuradora da República, lançou nota pública. Disse, quanto à essência do artigo 142:
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– Não há no ordenamento jurídico brasileiro hipótese de intervenção autônoma das Forças Armadas.
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Só o Executivo, Legislativo ou Judiciário podem pedir intervenção militar.
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Lembrou a procuradora da República: o pedir “intervenção militar” que não tenha amparo na Constituição é “crime”. Inafiançável, e não prescreve.
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Cabe pergunta a quem deseja golpe e ditadura.
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Pina Botelho, vulgo “Bauta Nunes”, era capitão, na Inteligência do Exército. Ele se infiltrou entre manifestantes. Presos e agora sendo julgados.
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O general Villas Boas informou: o capitão se infiltrou em “absoluta interação com o governo de São Paulo”.
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O crime organizado ocupa periferias de centenas de cidades do Brasil .
Que interação têm Serviços de Inteligência das Forças Armadas e governos?
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Inteligência, não ocupação eventual e cinematográfica como a de agora na Rocinha.
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No Brasil se assassina mais de 50 mil pessoas ao ano, há décadas. Em uma semana, o G1 detectou 1.195 assassinatos.
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Essa é a “Crise”. Onde estão resultados dos serviços da Inteligência Militar?
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O general Mourão aponta “corrupção” como centro da “crise”. Lembremos: a República nasceu com um golpe de Estado. Entre quarteladas, tivemos mais dois golpes e ditaduras…
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…E as ditaduras acabaram atoladas em casos de corrupção. Esses 32 anos são o mais longo período democrático da República.
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O sociólogo Jessé Souza ensina no livro “A Elite do Atraso-da Escravidão à Lava Jato” :
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…Não é a herança da corrupção do colonizador que marca brutalmente a desigual sociedade brasileira. É a herança de 350 anos de escravidão.