Ricardo Barros, Ministro da Saúde, conclamou: “Vamos parar de fingir que pagamos o médico e o médico tem que parar de fingir que trabalha”.
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Isso no país em que a chegada de médicos cubanos provocou escândalo e gritaria. De médicos, associações, e manifestantes.
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Passados três anos os médicos cubanos continuam no Brasil. E… fez-se o silêncio de associações, médicos e manifestantes.
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Talvez porque os médicos cubanos já tenham atendido mais de 60 milhões de pessoas. Sinal de que 60 milhões de pessoas não eram atendidas.
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Ou mal tinham atendimento, como agora confessa o ministro da Saúde.
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Revelador o silêncio em relação aos médicos cubanos. Certos silêncios revelam, assim como barulhos de ocasião.
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Na quarta, 12, com a condenação de Lula, foguetório nos chamados “bairros nobres” de São Paulo. Panelas voltaram a retinir.
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Na quinta, um dia depois, Temer e seus 40 tiveram vitória na Câmara: rejeitada denúncia contra Temer. Que para vencer trocou 12 deputados na CCJ. E não apenas…
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…Em dois meses Temer liberou R$ 1 bilhão para emendas de deputados e senadores. E o que se viu e ouviu no dia em que os 40 de Temer rejeitaram a primeira das denúncias?
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Nada. Nem uma manifestação de massa. Nem mesmo duas colheres de chá num batuque. São Paulo e Brasil afora um silêncio estrondoso.
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Silêncio profundamente revelador. Da hipocrisia que embalou e embala discursos sobre corrupção no Brasil. Do moralismo caolho, aquele que só enxerga corrupção quando é dos adversários.
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Barulho se ouviu foi em Curitiba. Ricardo Barros fingiu não ser ministro da Saúde de Temer. E de um país com 14 milhões de desempregados.
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A filha do ministro, a deputada estadual Maria Victória (PP), casou-se no sábado. A mãe, Cida Borghetti, é vice-governadora e pré-candidata ao governo.
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Festança para 1.200 convidados…Entre a igreja do Rosário e a recepção, no Palácio Garibaldi, protestos. Com chuva de ovos, garrafas, cuspe, lixo… e Polícia.