
O Instituto Vladimir Herzog publicou uma nota de repúdio ao desfile do bloco carnavalesco “Porão do DOPS 2018” em que “manifesta perplexidade com a existência de ações que, ainda hoje, tentam disseminar ideias fascistas, machistas e tão opressoras e retrógradas”. Nessa semana, o Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação na justiça contra os responsáveis pelo bloco. Segundo os promotores, a agremiação enaltece o crime de tortura e homenageia torturadores. A ação não pretende proibir o desfile, mas sim a apologia à prática da tortura. São réus os organizadores do bloco, Edson Salomão e Douglas Garcia, respectivamente presidente e vice-presidente do grupo Direita São Paulo.
É vergonhoso, para todos nós, brasileiros, que haja gente querendo louvar torturadores assassinos num bloco de Carnaval. O caso revela que não conhecemos o mínimo da nossa história. É claro que os idiotas que defendem golpe militar para resolver todos os problemas, da unha encravada ao deficit público, vão gritar que numa democracia todos têm o direito de opinião. O que esses cavaleiros do atraso não admitem é que seja proibida a apologia de crimes. Se tortura e assassinato não fossem assunto do direito criminal, mesmo assim seria vergonhoso defender homens como os que serviram à ditadura. Na verdade, esses idiotas não querem se divertir no Carnaval com um tema abjeto. Eles querem mesmo é fazer provocações e criar confusão. Eles sabem que só prosperam mesmo no lodo da falta de informação e discernimento.