João Batista Natali/Trump, racista, chega a ser vergonhoso

Por 12 de janeiro de 2018Jornal da Gazeta

A confusão que Donald Trump criou foi de bom tamanho. Em encontro fechado com deputados republicanos e democratas, na Casa Branca, ele perguntou ontem por quais razões permitir visto de residente a cidadãos do Haiti e de países africanos. Que ele qualificou como países de merda. Trump hoje recuou e negou ter usado essa linguagem grosseira e desqualificada. Mas ninguém acreditou no desmentido. A versão de que ele realmente usou a expressão “países de merda” foi apurada por quatro dos maiores jornais americanos. O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU protestou e chamou Trump de preconceituoso. A União Africana soltou nota de protesto. Mas Trump é um reincidente. No ano passado, também a portas fechadas , ele disse que os imigrantes do Haiti eram contaminados pela Aids, e que os imigrantes da Nigéria não queriam ser deportados para não voltarem a suas palhoças. Na semana passada, o presidente americano ameaçou suspender o programa que protegia mais de 200 mil imigrantes de El Salvador, que entraram nos estados unidos em 2001, depois de um trágico terremoto na América Central. E vejam que Trump agora agride nacionalidades que não têm nada a ver com o terrorismo ou com a segurança interna dos Estados Unidos. Traduzindo esse episódio em miúdos, Donald Trump é um racista. Tão racista quanto os supremacistas brancos que o apoiaram na eleição de 2016. Tão racista quanto um ministro do presidente democrata Lyndon Johnson, que cometeu, na década de 60, um dos maiores absurdos já registrados na história da antropologia. Ele disse que os povos de clima quente têm o cérebro amolecido pelo calor. E que a civilização só existia nos países de clima mais frio. Se fosse verdade, a filosofia ocidental teria nascido na Suécia, e não na Grécia, que é um dos países mais quentes da Europa. Mas agora, o que Trump fez foi vergonhoso. Eu não esperava outra coisa dele. É assim que o mundo gira. Boa noite.

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