Denise Campos de Toledo / Reforço no financiamento imobiliário

Por 4 de janeiro de 2018Jornal da Gazeta

A Caixa teve de interromper várias vezes, no ano passado, os financiamento com os recursos do fundo de garantia, por falta de reservas. Houve a liberação das contas inativas, como uma forma de o governo estimular mais o consumo. Estratégia que deu certo, já que ajudou bastante a alavancar um desempenho melhor da economia, via consumo. Mas descapitalizou o Fundo, que também sofreu perdas com o desemprego elevado, que reduz os depósitos e aumenta os saques. Agora houve a necessidade de o governo liberar recursos, pra viabilizar a retomada dos financiamentos imobiliários, seguindo regras internacionais, definidas pelo acordo da Basiléia, que estabelecem um determinado nível de recursos financeiros, para que os bancos possam operar com segurança. Isso previne quebras, como tantas que ocorreram no passado, envolvendo grandes bancos que operavam sem lastro financeiro. Só que a liberação terá de ser aprovada pelo TCU, pra que se descarte qualquer qualquer estratégia política. Ainda há muito uso dos bancos públicos com esse tipo de interesse. O governo quis impulsionar a economia com a liberação das contas inativas, o que foi positivo. Mas, recentemente, houve uma grande polêmica, pelas indicações do governo, de que só iria liberar financiamentos para Estados em troca de apoio dos governadores à reforma da Previdência, pressionando as bancadas, no Congresso, pra votarem a favor. Depois veio o desmentido. Mas foram dadas declarações nesse sentido. É o velho toma lá dá cá. Vale lembrar que a utilização de recursos dos bancos públicos, nas chamadas pedaladas fiscais, para encobrir rombos do orçamento, foi o que levou ao impeachment da presidente Dilma. A situação agora é outra. Mas há limites para a atuação do governo. E não se pode admitir qualquer tipo de pressão política usando recursos que, normalmente, devem ser liberados pela Caixa para obras. Desde que haja condições financeiras. Do lado do financiamento imobiliário, a liberação do fundo de garantia é importante, tanto para os consumidores, já que é uma das linhas mais baratas, como para o setor imobiliário, que continua ensaiando uma recuperação e depende muito do financiamento imobiliário. Boa noite.