Denise Campos de Toledo/A economia está respirando melhor

Por 23 de novembro de 2017Jornal da Gazeta

A inflação continua bem comportada o que reforça a previsão de retomada mais firme da economia. Inflação bem comportada, antes que alguém reclame, não significa queda geral dos preços.No IPCA 15, por exemplo, alimentação teve, na média, um recuo de 0,25%. Mas muita coisa subiu. Ainda teve o reajuste pesado de energia, do botijão de gás, dos combustíveis. Só que os índices de inflação estão mais baixos, porque na média, há uma composição melhor dos preços, que permite uma recuperação do poder de compra da população. Pra quem está empregado, é mais fácil conseguir reajuste acima da inflação atual do que quando chegou a dois dígitos, perto dos 10%. Por aí começa o ganho. A inflação em 12 meses está em 2,77%, abaixo do piso da meta, que é 3%. O Banco Central pode ter de dar explicações formais do porque de ter ficado neste patamar, caso feche o ano sem mudança maior. Claro que aí vem a cobrança do motivo pelo qual não reduziu os juros com mais intensidade, lá atrás, quando começou a cortar a taxa básica. De qualquer modo, esse comportamento da inflação deu condições para uma redução importante da taxa selic, que deve cair para 7% agora em dezembro, o percentual mais baixo já registrado. E com boa possibilidade de um corte adicional no começo de 2018. A inflação no ano que vem deve ficar mais alta, por vários fatores. A safra de alimentos não deve ser tão boa como deste ano, a aceleração do crescimento da economia pode dar mais espaço para a recomposição das margens de ganho das empresas, e há risco, em um ano de eleições, de o mercado ficar mais pressionado, especialmente o dólar, o que também pesa na formação de preços. Só que as projeções ainda são de inflação abaixo do centro da meta, de 4,5%. Isso aumenta a chance de a economia crescer mais no ano que vem, principalmente, se houver condição de os juros permanecerem baixos por um período mais longo. Seria muito importante. Agora, mesmo que muita gente reclame do aperto financeiro, da falta de dinheiro, do desemprego, que ainda é grave, pra uma boa fatia da população a situação está melhorando. Tanto que o comércio está com números melhores, aumentaram as vendas de veículos, com financiamento, e até os gastos de brasileiros no exterior. Não estamos no melhor dos mundos. Mas, sem qualquer conotação política, a economia está respirando melhor. Eu volto na segunda. até lá.

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