Pois então os bandidos atacaram novamente. Computadores de empresas na França, Inglaterra, Dinamarca, Rússia e Ucrânia foram travados por chantagistas, que exigiam um resgate de 300 bitcoins. Um bitcoin é uma moeda virtual, que funciona só na internet. Esses 300 bitcoins valem, pela cotação de hoje, a 3 milhões e 200 mil reais. Isso para cada empresa. O ataque cibernético de hoje não foi tão poderoso como o de 12 de maio, quando ele atingiu 150 países, e chegou ao Brasil. Foi o que também aconteceu hoje. Ninguém sabe qual a nacionalidade desses bandidos, e nem o país a partir do qual eles estão atuando. O que se sabe é que eles implantam um vírus nos computadores, e destroem as memórias se o resgate não for pago. Essa forma de crime organizado é um subproduto nefasto da globalização, e também da tecnologia, que integrou, numa mesma rede, todos os computadores conectados. Não adianta reformar o código penal. As leis só valem para dentro do território de um único país. E se for para elaborar uma convenção internacional nas Nações Unidas, ela só funcionaria se soubermos um pouco mais sobre essas quadrilhas. Mas não sabemos. Elas têm sucesso porque conhecem tecnologia e permanecem anônimas. Os crimes cibernéticos começaram a aparecer há 18 anos. Foi quando hackers, da Índia e do Paquistão, procuraram destruir arquivos militares do país rival. No ano seguinte, em 2000, primeiro ataque cibernético nos Estados Unidos. E logo em seguida, hackers de Israel tentaram destruir a memória de computadores do grupo palestino Hamas. Essa coisa de tornou tão banal e comum que, há quatro anos, uma empresa especialista em segurança, a Akamai techologies, publicou um estudo dizendo que hackers chineses perderam o primeiro lugar para hackers da Indonésia. Mas esses são os bandidos que se conseguem localizar. O trágico, nessa história, é que estamos todos vulneráveis a um bando de criminosos anônimos. É assim que o mundo gira. Boa noite.