A quantidade de dinheiro que os bancos emprestam ainda está caindo no Brasil. Levando em conta a inflação, o total de empréstimos diminui 5%. Vai melhorar no ano que vem?
Não muito, segundo os dois maiores bancos privados do país, Itaú e Bradesco. Na melhor das hipóteses, ficamos no zero a zero. Isto é, o crédito não deve crescer em 2018. Fica igual ao deste ano. Melhor zerar do que cair, a gente pode dizer, se quer ver o copo meio cheio. Mas não é uma estimativa muito animadora para quem quer ver a economia crescer mais rápido.
A previsão de crescimento da economia brasileira no ano que vem ainda anda pela casa de 2%. Melhor que neste ano, mas nem passa perto de recuperar o que se perdeu em 2016, 3,6% de queda, menos ainda a perda de 2015, 3,8%. Ainda estaremos mais pobres.
Outros números do segundo trimestre indicam que a recuperação continua lenta. Hoje, saiu o resultado da indústria, que cresceu em setembro, mas abaixo do esperado, assim como tinha acontecido em julho e agosto. Nesses dois meses, comércio e serviços também fizeram surpresas negativas.
Por que os bancos não estão muito animados com 2018? Acham que as empresas vão pedir pouco dinheiro emprestado. Por quê? Por que não precisam crescer, pois tem capacidade ociosas, e por que ainda estão com medo da política, com o resultado da eleição. Não sabem que bicho pode dar em 2018.
Deve ter mais crédito para a compra de carros, para imóveis e algum dinheiro para pequenas e médias empresas, dizem os bancos.
Tem algum sinal de melhoria? Em tese, sim. As pesquisas que medem a confiança de empresários, da indústria, do comércio e dos serviços continuaram a melhorar em outubro. Mas confiança, apenas, não enche prato nem dá emprego. Em resumo, não há sinais de que as coisas vão voltar a desandar, que vamos ter uma recaída. Mas é indício de que as coisas continuam devagar, que a gente está se arrastando para fora do buracão da recessão.