Vocês estão acompanhando, tanto quanto eu, essa novela que não acaba mais. É a novela sobre as relações muito esquisitas entre a Rússia e o presidente Donald Trump. Pois os dois últimos capítulos foram bem emocionantes. O primeiro deles está no depoimento de um dos diretores do Facebook, hoje no senado americano. Segundo ele, 126 milhões de americanos podem ter lido mensagens postadas por supostos agentes russos. Nesse mundo de notícias mentirosas pela internet, 80 mil delas foram produzidas para as eleições presidenciais de há um ano. A Rússia apostava todas as fichas em Trump, para derrotar a candidata Hillary Clinton, do partido Democrata. O outro capítulo da novela aconteceu ontem, segunda-feira. Dois assessores importantes da campanha de Trump foram indiciados e estão em prisão domiciliar. Eles receberam dinheiro de um ex-presidente da Ucrânia, que era pau mandado de Vladimir Putin, o presidente russo. Um terceiro assessor, George Papadopoulos, declarou-se culpado por ter mentido sobre as relações dele com a Rússia, quando prestou depoimento ao FBI. Trump tentou hoje desqualificar Papadopoulos. Disse que ele era apenas um voluntário de pouca importância na campanha do ano passado. Não é verdade. O próprio Trump, há mais de um ano, elogiou o assessor, que tinha sido encarregado de coletar informações que machucassem a imagem de Hilllary Clinton. A grande preocupação de Trump é que essa história acabe produzindo alguma prova comprometedora contra ele. Por exemplo, que comprove a ideia de que ele foi eleito pela Rússia, e não pelos eleitores americanos, que só votaram nele porque os russos manipulavam informações nos bastidores. O New York Times, que não morre de amores por Trump, diz que esse roteiro já está mais ou menos desenhado. Esse tipo de história pode acabar em impeachment. Mas estamos ainda distantes desse capítulo final. Enquanto isso, não vou desgrudar dessa novela. É assim que o mundo gira. Boa noite.