Uma boa notícia para quem tem muito carinho histórico e cultural pela Espanha. O plano de independência da Catalunha está afundando bem devagar. A água já chegou até a cintura. Mais um pouco, sobe até o nariz. A principal razão, para o naufrágio desses Dons Quixotes do separatismo, está na economia. O jornal El Pais publicou, agora à tarde, que 691 empresas já deixaram a Catalunha, desde o plebiscito de faz-de-conta do primeiro dia de outubro. Tem bancos no meio disso, tem editoras, e tem até uma vinícola de espumantes, que existe desde o século 16. Com essa debandada, a Catalunha vai arrecadar menos impostos. Pode abrir, por ano, um buraco fiscal de 2 bilhões de euros. A agência de risco Standard & Poor`s, já deu um alerta de recessão. Com isso, os autonomistas perdem o principal argumento que inventaram. Ou seja, de que seriam bem mais ricos caso se separassem da Espanha. Essa fuga de capitais também provoca o desânimo, entre os muitos que caíram na conversa dos fanáticos, que queriam a independência. O apoio político ao partido separatista, de Carles Puigdemont, também derreteu nessas duas semanas. O governo central de Madri está com a faca e o queijo na mão. Prendeu ontem dois líderes separatistas. E hoje a corte constitucional espanhola declarou que foi ilegal, a votação de há 17 dias, que a turma da independência promoveu por conta própria. Madri pode agora decretar a intervenção na comunidade autônoma da Catalunha. E convocar eleições regionais, em que os cidadãos favoráveis à Espanha, que antes já eram maioria, possam agora se manifestar com a multidão ainda mais barulhenta. O resto é perfumaria, como a declaração de Carles Puigdemont, de que quer negociar durante dois meses, com Madri e com a comunidade internacional. Vejam que essa história ainda não acabou. Mas já dá para enxergar, lá no horizonte, um final muito patético para a aventura separatista da Catalunha. É assim que o mundo gira. Boa noite.