Vinicius Torres Freire/Vamos economizar energia elétrica

Por 20 de setembro de 2017Jornal da Gazeta

A seca no Nordeste está no sexto ano. É a mais comprida em um século, desde a seca horrível e assassina que durou até 1915. O tempo está seco também no resto do país. Os lagos das usinas que produzem eletricidade estão nos níveis mais baixos desde o ano 2000.
Foi no ano 2001 que houve o apagão de FHC. Vai ter racionamento? Não, não é isso. Mas a luz deve ficar mais cara se não chover normalmente.
Hoje o Brasil depende menos da eletricidade das usinas hidrelétricas. A energia vem também das térmicas, geradores gigantes, e das usinas eólicas, movidas a vento.
Ainda assim, a seca é preocupante. As hidrelétricas ainda produzem três quartos da energia elétrica que consumimos. Se o país voltar a crescer e a seca continuar, a coisa pode ficar apertada.
No Nordeste, os reservatórios das hidrelétricas estão no nível mais baixo desde o ano 2000. No Sudeste, o terceiro mais baixo. Só não está pior que no ano de 2001, o do apagão de FHC, e da seca dura de 2014, que quase deixou São Paulo sem água.
É preciso poupar a água dos lagos das hidrelétricas. Para isso, a administração do uso da eletricidade no Brasil pode mandar ligar mais usinas térmicas, de energia mais cara. Ou pode importar energia dos vizinhos. Hoje, o governo autorizou a compra de eletricidade do Uruguai e da Argentina. A coisa apertou.
Gente no governo é a favor do lançamento de uma campanha de economia de energia, o que é razoável e responsável, pois,
entre os países de economias maiores, o Brasil é um dos que mais desperdiça eletricidade. Mas, como esse tipo de campanha pega muito mal e causa medo de racionamentos, o governo quer evitar o assunto pelo menos até novembro, dezembro, quando em geral começa a chover de novo aqui no Sudeste.
É possível que, a partir de outubro, a gente volte a pagar “bandeira vermelha”, um extra de até R$ 3,50 por 100 kWh que a gente consome em casa.
Enfim, há vários sinais de que a coisa ficou mais apertada, que a seca pelo país está dura e que o consumo de energia deve crescer, com a melhora da economia.
Em resumo, vamos economizar, pelo bem do nosso bolso e do país.

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