Vocês achavam que o presidente Donald Trump aprovava o que quisesse no Congresso Americano, porque o partido dele, o Partido Republicano, tem maioria na Câmara e no Senado. Certo? Não. Errado. E prova disso acaba de acontecer mais uma vez em Washington. E isso depois do fim frustrado do programa de saúde de Barack Obama. Pois agora a Casa Branca foi derrotada no corte do orçamento do Instituto Nacional da Saúde. Esse é órgão do governo que financia a pesquisa farmacêutica. O setor é um gigante na economia americana. Fatura por ano 340 bilhões de dólares. É um terço dos gastos mundiais em remédios. Pois bem, como acontece com toda a indústria americana de ponta, os novos produtos não são criados apenas com dinheiro privado. O governo entra no jogo. Com isso, garante a supremacia americana no campo das patentes farmacêuticas. E tambem consegue direcionar pesquisas, como as que hoje têm no topo da lista o Mal de Alzheimer. Trump queria cortar do Instituto Nacional de Saúde 7,5 bilhões de dólares. Mas o Congresso aumentou a dotação em 2 bilhões. Os republicanos votaram com a cabeça nos interesses dos laboratórios. E os democratas votaram com a cabeça na pesquisa, e nos programas de parceria, que os fabricantes têm com as universidades. Essa questão prova mais uma vez que o capitalismo nos Estados Unidos é subsidiado. O governo patrocina as inovações. Sempre fez isso na indústria bélica, na eletrônica, na mecânica ou na aviação. E faz também com os medicamentos. A indústria farmacêutica americana exporta patentes, e os Estados Unidos, eu repito, ganham muito dinheiro com isso. Mas agora, ninguém fez muito barulho com a derrota da Casa Branca. Não interessa tripudiar. Só o New York Times entrou em cheio no assunto. Mas sem criticar o lobby farmacêutico. Que foi, no fundo, o lobby no Congresso que mandou o presidente Trump catar coquinho. É assim que o mundo gira. Boa noite.