Terremoto no México na madrugada de hoje. Ele foi de magnitude 8. E por enquanto já matou mais de 58 pessoas. Mas vejam que curioso. No Haiti, em 2010, a magnitude do terremoto foi a mesma. E morreram entre 100 mil e 160 mil pessoas. O que eu quero dizer é o seguinte: não é o terremoto que mata. O que mata é a pobreza. Nos países mais pobres, as casas são mais precárias, os prédios desmoronam com maior facilidade. E então morre mais gente. E em países ricos, como os Estados Unidos ou o Japão, morre-se bem menos. Lisboa, a capital portuguesa, foi destruída em 1755 por um imenso terremoto. Era na época uma cidade pobre de um país pobre. Jamais saberemos quantos morreram. A cidade foi redesenhada e reconstruída pela genialidade do marquês de Pombal. Essa regra , que liga a riqueza de um país à capacidade de resistir às catástrofes, também vale para os furacões. Tivemos o recente exemplo do Harvey, que inundou e provocou danos em parte do Texas. Morreram menos de 50 pessoas. E o furacão Irma, que está agora mesmo no Caribe e ameaça a Flórida, danificou seis a cada dez casas em Saint Martin, nas Antilhas francesas. Mas matou apenas quatro pessoas. O território que a França divide com a Holanda tem dinheiro. Mas os furacões – eles se chamam tufões quando acontecem na Ásia – tem algo a ver com o aquecimento global. Não é uma relação automática. Mas leva em conta o aquecimento das águas dos oceanos. Um meteorologista americano, Greg Holland, tem sobre isso um estudo definitivo. Desde 1975, a frequência e a intensidade dos furacões aumentou em 25 por cento, para cada grau centígrado a mais na temperatura do Planeta. E pensar que tem gente que não acredita no aquecimento global. E que não se empenha para evitar a emissão de gases de efeito estufa. São os amigos de Donald Trump, e de uma direita internacional, que também nega o Holocausto contra os judeus, e outros fatos históricos. Mas esse é uma outra questão. É assim que o mundo gira. Boa noite.