Amanhã, o preço da gasolina fica mais caro nas refinarias da Petrobras. Somadas as idas e vindas desde o início de agosto, a estatal do petróleo aumentou o preço em quase 10%.
Nem todo esse aumento chega necessariamente ao preço que pagamos no posto. De qualquer modo, o que está acontecendo?
De outubro do ano passado até julho deste 2017, o aumento anual da gasolina era menor que o da inflação média, menos que o IPCA. Então, as coisas mudaram. Em agosto, o governo aumentou o imposto sobre combustíveis, porque está na pindaíba.
Desde o final de agosto, o preço sobe aqui porque subiu muito no mercado mundial. A produção de combustível caiu no Texas, por causa do furacão destrutivo, o que elevou os preços.
O que tem a ver o preço mundial dos combustíveis com a gente? Se a Petrobras cobra abaixo desse preço mundial, perde dinheiro. Se cobra acima, outras empresas podem importar combustíveis e ganhar o mercado da Petrobras.
Lá por 2013, o Brasil estava importando muito combustível e a Petrobras era obrigada a cobrar preço muito abaixo da tabela, por ordem do governo Dilma Rousseff, para disfarçar a inflação.
Então, a Petrobras pagava caro para comprar o combustível lá fora, e vendia barato aqui. Esses foi um dos motivos da ruína da Petrobras, a maior empresa do país, ruína que piorou a crise econômica.
Dá para evitar tantas mudanças de preço? O imposto da gasolina, a Cide, servia para maneirar os aumentos.
Quando o preço do combustível subia na refinaria, o governo baixava o imposto, evitando que o preço subisse nos postos. Na pindaíba e por causa das bobagens feitas nos anos Dilma, o governo não consegue mais mexer nesse imposto.
Manipular muito o preço também dá problema: pode faltar produto, a gente consome demais de um bem que está caro ou até se arrebenta uma empresa importante como a Petrobras.
O preço pode cair nas próximas semanas? Provavelmente. Pode subir no longo prazo? Talvez, depende do preço mundial do petróleo. Mas, para evitar altas maiores, tentar tabelar o preço é uma solução ruim, um remédio que tem mais efeitos colaterais do que cura.